segunda-feira, 20 de abril de 2009

Dia especial

“Tudo começou em uma manhã fria, havia acordado cedo, pois o dia anterior foi muito desgastante e por isso acabei dormindo logo no final da tarde, me levantei então antes do dia realmente começar, antes do sol dizer bom dia, antes mesmo das almas humanas voltarem a este mundo...
Com uma sensação de vazio, fui então silenciosamente me arrumar para comprar o pão (como em todos os dias de manhã), e aquele amanhecer me parecia as tardes que eu viva quando mais jovem, tão silencioso...
Então voltei para casa, para minha cama quebrada, voltei para o meu lugar, para dentro de mim, pro meu santuário... fechei os olhos e chorei...
Escutei vozes, tudo estava borrado, sentia as forças voltando para meu corpo, meus olhos pareciam colados mas mesmo assim eu precisava abrir-los, precisava voltar a realidade, precisava fazer alguma coisa, no momento eu não sabia o que era, não me restava noção para entender o porque, só sabia que tinha de sair, de abrir minhas asas negras e voar de novo por lugares novos porém conhecidos... só que o porque disso eu mesmo agora não sei explicar, só sei dizer que não fazia aquilo por mim...
Então, chegando lá, muitas pessoas sorriam, conversavam, tomavam refrigerantes em copinhos de plástico, algumas faces conhecidas diziam “oi”, a iluminação não era boa, deixava o ambiente cansativo, mesmo assim as pessoas não mostravam nenhum sinal de sono ou cansaço, mesmo depois do sol ter ido se deitar a tanto tempo, havia uma mesa onde resolvi sentar e apoiar meus braços, e lá fiquei observando o movimento ou a falta do mesmo.
Sinto que eu poderia morrer ali, sentado com os braços apoiados, o sono começa a invadir meus pensamenso como uma rede tentando me aprisionar, as pessoas falam, todas juntas, umas com as outras, e isso cria uma barulheira incrivelmente perturbadora que chega até a ser sombria, meus olhos afastam qualquer tipo de intenção de aproximação, os que me conhecem sabem que há algo de diferente dentro de mim, sabem que uma inundação de sentimentos silenciosos está quase assumindo o controle da pessoa que eu assumo ser... e mesmo assim eles não fazem nada... mas o que poderiam fazer?
Eu estava morto por dentro, sem amor, nem por mim, nem por ninguem, como se meu coração estivesse descansando, como se nesse dia meu coração não tivesse acordado,
como se a luz estivesse sendo poupada, como se nesse dia, e não precisasse ser feliz

algumas horas depois uma pessoa morreu em um acidente, e eu... continuo vazio, indiferente, como se minha alma estivesse se degradando, e nesse estado eu volto pro meu santuario, e lá me tranco até meu coração acordar

E assim termina um dia especial... “

"o que restou de mim?" essa tem sido uma das perguntas mais frequentes...

será que eu estou durmindo demais ???
será que eu estou pensando demais ???

idai ??? XD

4 comentários: